Pode tomar remédio vencido? Entenda os riscos da medicação fora da validade

Isto significa que, até à data referida na parte exterior das embalagens, os fármacos estão em condições, são seguros e são eficazes no tratamento. Para garantir que os medicamentos mantenham sua eficácia até a data de validade, é fundamental armazená-los de maneira adequada. A farmacêutica Raiza enfatiza a importância de seguir as especificações do fabricante e manter os medicamentos em condições que preservem identidade, integridade, qualidade, segurança e eficácia. O cálculo é feito após estudos científicos e, de modo geral, a data de vencimento é de dois anos. Outra razão para respeitar a data de validade é no caso de medicamentos de uso sistemático, em especial os que mantém a qualidade de vida de um paciente. Ao longo da vida, são receitados diversos medicamentos e pomadas para diferentes problemas de saúde agudos.

  • Complementando a orientação, Paulo ressalta que diferentes produtos podem ter requisitos específicos.
  • No caso de antibióticos especificamente, ainda há a possibilidade de eles não funcionarem, mas exporem o paciente ao desenvolvimento de uma resistência a eles, já que não eliminará totalmente as bactérias que estão causando o quadro.
  • Em declarações ao Viral, João José Sousa, professor na Faculdade de Farmácia da Universidade de Coimbra (FFUC), adianta que, “quando termina o prazo de validade”, o paciente “não deve utilizar o medicamento”.
  • “Se nesses casos não respeitarmos a data de validade, o efeito negativo sobre o paciente pode ser muito grave. Por isso, é melhor termos uma data-limite e estarmos seguros de que o medicamento será eficaz no tratamento de condições mais graves”, adverte Inmaculada.
  • Muitas vezes, esses fármacos vão-se acumulando em casa durante vários meses (ou anos) e, quando se volta a precisar deles, já estão fora do prazo de validade.

O Viral falou com especialistas em farmacologia para perceber quais os cuidados a ter. Ela destaca que, com o vencimento, os remédios começam a sofrer mudanças em suas características físicas e químicas. “O aspecto, a cor e o cheiro podem se alterar devido à oxidação, principalmente se houver armazenamento inadequado.

O que acontece quando um remédio está fora da validade

Farmácias devem oferecer pontos de coleta para descarte correto, conforme regulamentação. Quando se toma um medicamento vencido, em principio, nada de mal vai acontecer e são raros os casos de remédios fora do prazo que produzem efeitos tóxicos. Mas o que fazer quando a medicação já não está mais dentro do prazo de consumo?

Colírios devem ser jogados fora mesmo ainda na data de validade

A data de validade de um remédio é determinada após estudos e é o tempo em que a fabricante da droga garante que ela conservará sua qualidade, eficácia e segurança. Depois deste prazo, ninguém pode certificar que o medicamento não fará nenhum mal. Para medicamentos que exigem uma dosagem precisa, a falta de eficácia após um certo ponto também significa que há um risco de algumas consequências sérias para a saúde. A insulina, por exemplo, não deve ser usada após a data de validade; ela não é tão eficaz no controle dos níveis de glicose no sangue, o que significa que há um risco aumentado de hiperglicemia.

Como funciona o prazo de validade de medicamentos?

“Este estudo permite estabelecer o prazo de validade após aberta da embalagem”, explica João José Sousa. O prazo de consumo depende também da região onde deve ser aplicado o fármaco, principalmente no caso das pomadas. Se for uma pomada oftálmica, a duração da validade após abertura é muito mais curta, porque existe o risco de colocar microrganismos nos olhos que já é considerado elevado após uma semana da abertura do fármaco.

De acordo com Azanza, o mesmo colírio não serve para o mesmo paciente, inclusive nos casos em que o problema original volte a se manifestar, pois a solução pode estar contaminda com bactérias e mesmo fungos por causa do contato com o ar. “Não há problema em consumir uma aspirina poucos dias depois da validade, mas em seis meses a quantidade de salicilato contida no comprimido é suficientemente alta para ser tóxica”, explica ela. Por outro lado, não deve colocar nesses recipientes “agulhas e seringas, termómetros de mercúrio, pilhas, aparelhos eletrónicos, material de penso e cirúrgico, produtos químicos, radiografias”, entre outros. A investigadora destaca ainda que os medicamentos com forma “líquida ou pastosa” têm uma maior possibilidade de alteração das características depois de aberta a embalagem. Esta segunda validade está relacionada com as características organoléticas do fármaco e com a quantidade de microrganismos que podem desenvolver-se com a utilização do produto e com o passar do tempo. “Nos alimentos, há formação, por ação de agentes externos, de outros compostos químicos que podem ser nocivos.

“O risco mais comum é o medicamento perder o efeito, mas isso depende do tipo de remédio. Algumas classes podem causar mal-estar, enquanto outras simplesmente deixam de funcionar”, afirma. Além dos prazos de validade, também as condições de conservação são incluídas na embalagem do medicamento. O Infarmed aconselha que os medicamentos sejam “mantidos ao abrigo da luz, da humidade e de temperaturas elevadas”, acrescentando que estes produtos não devem estar na cozinha ou na casa de banho. Portanto, é importante ressaltar que tomar remédio vencido pode significar em um tratamento ineficaz, criar resistência de antibióticos, por exemplo, e até mesmo causar intoxicação e reações alérgicas mais graves. O prazo de validade de um medicamento é definido pelo tempo que o princípio ativo levará para reduzir 10% de sua eficácia e de sua potência originais.

O tempo de vencimento influencia nos efeitos?

Há aqueles que não podem ser colocados na geladeira e outros que devem ser conservados na geladeira”, pontua. “O ideal é que nenhum medicamento seja exposto a altas temperaturas, alta luminosidade e umidade”, explica. A diferença está mais nas consequências que a ineficácia do remédio pode causar. São feitas pesquisas de estabilidade que avaliam as características originais nos aspectos químicos, físicos, microbiológicos, terapêuticos e toxicológicos do fármaco. Outro risco é um aumento dos efeitos adversos esperados e até surgimento de novos, não previstos originalmente.

Dessa forma, isso não é proibido, desde que a informação quanto ao prazo esteja clara e ostensivamente colocada à vista do interessado na compra. Dependendo do caso, como em comprar cyto uma dor de cabeça, o mínimo que pode acontecer é a pessoa não sentir o alívio dos sintomas, se o analgésico ingerido já não tem mais eficácia, por estar fora da validade. Um estudo realizado pelo Food and Drug Administration (FDA), a agência federal dos Estados Unidos, pertencente ao departamento de Serviços Humanos e Saúde, constatou que vários medicamentos investigados estavam com as condições preservadas, mesmo após a validade. Portanto, conforme o que mencionamos até aqui, não é possível precisar a eficácia de um medicamento vencido sem um estudo específico.

Em Portugal, as condições consideradas normais de armazenamento representam os 25ºC (+/- 2ºC) e os 60% de humidade (+/- 5%). São também realizados estudos de condição acelerada, em que os medicamentos são sujeitos a uma temperatura e nível de humidade mais elevados para perceber se o fármaco aguenta, por exemplo, as condições de transporte. O prazo de validade após abertura da embalagem – também identificado como prazo de conservação ou prazo de consumo – pode vir referido no exterior da embalagem ou na bula do medicamento. O Infarmed, num documento informativo sobre a utilização de medicamentos em casa publicado em 2009, também aconselha os utentes a “nunca utilizar um medicamento após terminar o prazo de validade”. Sublinha ainda que “há medicamentos, por exemplo gotas para os olhos ou xaropes, que têm um prazo de conservação depois de aberto (mais curto que o prazo de validade)”, aconselhando a que “registe a data de abertura de embalagem, para evitar esquecimentos”.

Mesmo dentro da validade, o medicamento que não for guardado de forma correta pode não agir como o esperado. O vencimento é estipulado de acordo com pesquisas apresentadas para a Anvisa no momento do registro do medicamento. Além disso, os armários de remédios têm que ser limpos e renovados com regularidade. Muitos colírios não contém conservantes para evitar problemas de irritação ocular, explica Azanza.

A médica Inmaculada Posadas, professora de Farmacologia da universidade espanhola de Castilla-La Mancha (España), afirma que a lei se aplica mesmo se o laboratório produzir fórmulas que resistam mais tempo. Alexandrina Ferreira Mendes lembra que, de “cada vez que abrimos a embalagem”, o fármaco entra “em contacto com o ar”, o que torna a “degradação mais fácil”. Por outras palavras, continua, “não é como comer um iogurte fora do prazo, que pode causar uma gastroenterite”. Descreva o medicamento e a dosagem com a receita para elaborarmos seu orçamento.